segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

E os 18 já se foram


Um ano depois, recordo todos os momentos como um flashback. Ao início, a incerteza e a preocupação em acabar o secundário estavam dentro de mim, presos com as suas garras. Mas tudo correu bem. Houve a viagem de finalistas espectacular, o 1º de Maio bem engraçado e um Baile de Finalistas surpreendente que marcou o fim de uma era.

Chega então o Verão. Os resistentes do ano passado continuam, uns saem e outros entram para apimentar a coisa. Foi um grande Verão. Um Verão cheio de festa e alegria, mas também com algumas confusões. Mas essas confusões foram rapidamente abafadas pelos dias consecutivos de praia e pelas noite de festa até às tantas. E, principalmente, pela amizade, pelo amor e pelo carinho por todos os que participaram no melhor Verão da minha vida. Já no fim da estação quente, e com a candidatura à universidade feita, chega o nervosismo. 'Entro ou não? Ficaremos os três juntos?' pensava eu. Íamos os três para Faro, já com casa e tudo.

11 de Setembro. A tragédia acontece como um novo ataque terrorista. Recebo uma chamada do Diogo, onde oiço uma voz triste a dizer: 'Não entrei'. As lágrimas escorreram. Vi então o meu e-mail e tinha entrado em Leiria. Pensava eu para mim: 'Eu não vou, não quero ir. Não vou gostar daquilo. A cidade não tem nada de jeito, não conheço ninguém lá sem ser os meus primos'. Foi então que me recompus e fui dizer à minha mãe. Foi o choque. A tristeza invadiu-me com uma força nunca antes vista. Todos os planos foram por água abaixo em segundos. Mas tinha que ser.

Nessa noite fomos a Alcoutim, e aqueles foguetes deram-me uma grande recordação do Verão e das saudades que iria ter. Os foguetes simbolizavam o fim do melhor Verão da minha vida. Várias lágrimas percorriam o meu rosto de ponta a ponta.

Essas lágrimas voltavam cada vez que se falava do assunto, ou cada vez que ouvia 'Summer Of 69' do Bryan Adams. Uma música marcante que fala também de um grande Verão.

Quarta-feira, penso que seja dia 16 de Setembro, houve um jantar de despedida de mim, do André Cardeira e da Andreia Castro. Uma emoção pegada. Ofereceram-me um quadro cheio de fotografias do Verão, com toda a gente que faz parte dele e de mim. Aqui está ele no meu quarto em Leiria. Todas as noites olho para ele antes de dormir. Despedi-me então de todos os meus amigos e família e vim no dia seguinte com a minha irmã, conhecer o meu futuro e a minha nova vida. Foi muito difícil despedir-me de todos. Muito mesmo. E estou morrendo de saudades, pois todos estão marcados na minha vida por algum motivo ou momento.

Cheguei então a Leiria e conheci a cidade. Fiquei um pouco mais contente com o passar dos dias e percebi que era melhor do que eu pensava, apesar de ser muito longe do meu Algarve. No primeiro dia de praxes, mais uma vez o nervosismo e ansiedade pairavam sobre mim. Entrei na universidade e fiquei num canto a observar tudo. Até que ouvi uns gritos de 'Comunicação Social e Educação Multimédia!', ganhei coragem e dirigi-me ao Márcio Menino, na altura acompanhado da cadela amarela chamada Gato Preto, para confirmar se era ali que eu deveria de estar. E era. Ajoelhei-me, apresentei-me como besta e fui praxado durante os 15 dias seguintes. Que belos momentos de praxe. As duas que mais me marcaram foram a do autocarro, que terminou com um grande e emocionante discurso da minha avó académica Sara Rosa, e no dia do baptismo, onde o meu padrinho Guilherme e as madrinhas Iva e Lua me baptizaram como caloiro, acompanhado de lindas palavras de apoio. Tenho grande orgulho no meu curso.

Todas as lágrimas derramadas valeram a pena. Conheci gente que nunca mais vou esquecer na minha vida e que são bastante importantes para mim, como é o caso do Francisco, da Iva, da Becky e da Anne. Grandes jantaradas e festas tivemos durante estes meses aqui na linda Leiria.

Depois do Natal em família, lá vamos nós para a Passagem de Ano em Monte Gordo. Foi uma grande noite, ao som do meu grande primaço, onde finalmente pedi à Anne para ser minha madrinha. Mais uma vez, as lágrimas, desta vez de felicidade, desceram pelo meu rosto, abraçando todos aqueles de quem gosto e de quem tinha saudades.

E foi assim o meu último ano. Um ano de mudança. Mas volto a dizer: todas as lágrimas valeram a pena. Obrigado a todos que fizeram e fazem parte de mim por tudo, e por aquilo que significam para mim. Obrigado mais uma vez <3

1 comentário:

  1. Hoje deu saudades de ler o que escreves, e no meio de tantos textos, esse foi o que mais me trouxe recordações. Boas recordações. Passou tão rápido esse ano, mas vivemos ele tão intensamente que não nos podemos queixar. Agora estamos no segundo ano, e temos novos desafios pela frente. Conta sempre comigo amigo!Gosto tanto de ti =D

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