Mas o que se passa realmente contigo? Fique bastante assustado. Nunca pensei que isto pudesse ser uma coisa tão grave. Porque deixas as coisas chegar a esse estado? O dia tem 24 horas, apesar de parecer às vezes muito pouco, há tempo para tudo. És uma rapariga linda e espectacular, como permites aquilo? Tu no fundo não és assim, eu sei. Todos nós temos defeitos, e conseguimos ultrapassá-los com o tempo, eu sei muito bem que esta etapa vais conseguir superá-la com sucesso.
Tenho medo do que possa acontecer ainda hoje. Muito, muito medo. Algo pode correr mal. Tenho uma grande vontade de voltar ao meu Algarve e estar junto da minha família, principalmente dos meus pais que, ao que parece, precisam mesmo de mim neste momento. Nunca vi o meu pai chorar, mas a minha mãe diz que viu ontem. Isso só significa que aquilo é mesmo uma coisa muito grave. Eu bem estranhei ontem não haver telefonemas dos dois.
Agora só resta esperar por depois da hora do jantar. Vai haver conversa. Uma conversa dura entre os meus pais e a minha irmã. E continuo a dizer e a sentir muito medo dessa conversa. Não sei o que pensar, o que procurar e o que fazer. Sinto-me inútil a 400 quilómetros de casa. Eu bem sabia que aquela vontade de lá ficar tinha algum significado.
E a minha mãe só me contou o que se passa, porque desconfia de mim. E desconfia sem razão. Diz que não está aqui comigo e que não sabe o que eu faço. E eu odeio isso, o meu pai não desconfia de mim. Ele não faz isso comigo. E ao que parece aquela conversa que tive com a minha mãe nas férias não serviu de nada, pois a desconfiança parece que continua.
Não sei o que fazer. Não sei mesmo. Só sei que tenho medo. Não sei se à noite telefone, ou se fique à espera que os meus pais me liguem.
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